Acúmulo de gases e distensão abdominal – como combater?
O acúmulo excessivo de gases em nosso corpo, além de prejudicial à saúde, é desconfortante. Distensão abdominal, dificuldade de respirar e situações embaraçosas (por ocorrência de flatulências e eructações) são algumas das consequências desse distúrbio. Segundo a Universidade da Carolina do Norte, pessoas que sofrem de inchaço abdominal adoecem, visitam o médico e tomam medicamentos mais frequentemente que o resto da população.
O que causa o acúmulo de gases?
Uma das causas mais comuns tem origem no momento em que o estômago, que deveria iniciar a digestão dos carboidratos ingeridos, não o faz. Assim, eles acabam chegando “intactos” (ou seja, muito grandes) ao intestino que, por sua vez, não possui enzimas para metabolizar as moléculas da forma que chegaram. Assim, a única saída encontrada pelo organismo é a fermentação desses carboidratos pelas bactérias intestinais, causando a produção de gás.
A microbiota que se estabelece no intestino tem um efeito profundo na saúde e fisiologia humana, atuando em nosso sistema imunológico, auxiliando na digestão de nutrientes, sintetizando vitaminas e inibindo a colonização de patógenos. Anormalidades nessa microbiota, denominada de disbiose, pode levar a sérios problemas como doenças inflamatórias intestinais, câncer de cólon, colite associada a antibiótico e obesidade. A disbiose é caracterizada por um desequilíbrio nos micro-organismos intestinais que causa uma proliferação de outros que são prejudiciais a saúde.
Apesar de existirem alimentos que sabidamente provocam o acúmulo de gases, esse fato não se manifesta igualmente em todas as pessoas. Por ser um distúrbio oriundo muitas vezes de disbioses, esclarece-se então porque algumas pessoas produzem mais gases do que outras.
É importante ressaltar que pode haver mais de uma causa para o acúmulo de gases, sendo responsabilidade de seu profissional de saúde de confiança lhe fornecer as ferramentas necessárias para que seu quadro seja definido com a maior assertividade possível. Por ser um distúrbio com interação multifatorial, suas causas e consequências serão colocadas em tabelas para facilitar sua compreensão.
Abaixo estão algumas situações clínicas que podem causar o acúmulo de gases e a distensão abdominal:
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Situações clínicas comuns |
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1) Síndrome do intestino irritável (SII) |
7) Intolerâncias alimentares |
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2) Doença inflamatória intestinal, como colite ulcerativa ou doença de Crohn |
8) Ganho de peso |
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3) Outros distúrbios gastrointestinais funcionais |
9) Fase hormonal (especialmente para mulheres) |
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4) Azia |
10) Giardíase (infecção parasitária intestinal) |
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5) Intolerâncias alimentares |
11) Distúrbios alimentares como anorexia nervosa ou bulimia nervosa |
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6) Alguns medicamentos
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12) Fatores de saúde mental, como estresse, ansiedade, depressão, etc. |
Intercorrências mais graves também fazem parte da lista de causadores de retenção de gases e distensão abdominal, como:
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Situações clínicas graves |
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· Acúmulo de líquido patológico na cavidade abdominal (ascite) como resultado de câncer (por exemplo, câncer ovariano), doença hepática, insuficiência renal ou insuficiência cardíaca congestiva; |
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· Doença celíaca ou intolerância ao glúten; |
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· Insuficiência pancreática, que é a digestão prejudicada por incapacidade do pâncreas em produzir enzimas digestivas suficientes; |
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· Perfuração do trato gastrointestinal com escape de gás, bactérias do trato gastrointestinal normal e outros conteúdos para a cavidade abdominal; |
A partir dessas situações, criam-se condições que contribuem para o acúmulo de gás e o inchaço, como:
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· Supercrescimento (bacterial overgrowth) ou deficiência de bactérias no trato gastrointestinal |
· Hipersensibilidade visceral (sensação de inchaço em pequenas ou mesmo normais alterações corporais) |
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· Motilidade intestinal alterada |
· Má absorção de alimentos e carboidratos |
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· Trânsito de gás prejudicado |
· Prisão de ventre |
Métodos para prevenir ou aliviar o inchaço:
Mudanças no estilo de vida
Em muitos casos, os sintomas de inchaço abdominal podem ser diminuídos ou mesmo evitados com a adoção de algumas mudanças simples no estilo de vida, como a perda de peso, caso necessária.
Para reduzir o acúmulo de gases, sugerimos que:
- Evite chicletes. Eles podem causar aerofagia (deglutição de ar), o que pode levar ao inchaço.
- Limite sua ingestão de bebidas gaseificadas.
- Mantenha um adequado consumo de líquidos no seu dia-a-dia para promover uma boa hidratação e bom funcionamento do intestino.
- Coma devagar e evite beber com um canudo.
- Consuma produtos lácteos sem lactose (em casos de intolerância). Se não for possível, faça uso da lactase, a enzima que quebra a lactose.
- Fracione sua alimentação em 5 a 6 pequenas refeições / dia;
- Evite alimentos que causam gases, como vegetais da família do repolho, feijões secos e lentilhas.
- Incorpore alimentos ou líquidos carminativos (que auxiliam a eliminação de gases) à sua dieta.
Alternativas terapêuticas
Muitas vezes as mudanças nos hábitos alimentares e/ou massagens são insuficientes para combater os gases, e se faz necessário o uso de terapias alternativas. Na Proderma, você encontra as melhores formulações para auxílio no controle dos gases:
– Simeticona: é um silicone antifisético (com ação antiflatulenta) que alivia o mal estar gástrico causado pelo excesso de gases. Atua no estômago e no intestino, diminuindo a tensão superficial dos líquidos digestivos, levando ao rompimento das bolhas, à dificuldade de formação destas bolhas, ou à formação de bolhas maiores que serão facilmente expelidas. As bolhas dos gases são as responsáveis pela dor abdominal e pela flatulência, e a sua eliminação resulta no alívio dos sintomas associados com a retenção dos gases.
– Erva-doce: por ser rica em fibras, promove retardamento do esvaziamento gástrico, evitando picos glicêmicos e contribuindo para o melhor funcionamento do intestino. Possui ainda o anetol, que estimula as glândulas e a musculatura do tubo digestivo, aumentando a salivação e as secreções pancreáticas e biliares. Como consequência, otimiza o funcionamento de nosso trato digestivo, diminuindo gases e cólicas.
– Boldo: por nome científico de Peumus boldus ou Boldo-do-Chile, possui alcaloides (boldina) e flavonoides com função hepatoprotetora, eupéptica (facilita a digestão) e colerética (aumenta a secreção biliar).
– Camomila: além de sua famosa ação tranquilizante, a infusão de camomila possui atividade eupéptica e antiflatulenta. É facilmente encontrada e fornece diversos benefícios à saúde.
– Anis-estrelado: assim como a erva-doce, o anis é rico em anetol, além de ser a principal fonte do ácido chiquímico, o ingrediente primário do Tamiflu®. Não deve ser fornecido a crianças.
– Lactase: é a enzima responsável pela quebra da lactose, o açúcar presente no leite e em alguns de seus derivados. Como a prevalência de intolerância à lactose é alta, é interessante atentar para essa necessidade. Um dos sintomas mais marcantes desse distúrbio é a distensão abdominal provocada pelo acúmulo de gases no trato digestório.
– Probióticos: como citado anteriormente, o acúmulo de gases pode ser causado por desequilíbrios em nossa microbiota intestinal (disbioses), com populações de bactérias discrepantes dos níveis considerados ótimos para o bom funcionamento do trato digestivo. Os probióticos são basicamente compostos por bactérias benéficas à microbiota intestinal, reestabelecendo o equilíbrio entre as populações de bactérias e, consequentemente, a nossa saúde.
– Medicamentos homeopáticos: Magnesia phosporica, Carbo vegetabilis, Lycopodium e Nux Vomica também podem ajudar no controle e alívio dos gases.
Referências:
https://www.einstein.br/noticias/noticia/dieta-antifermentativa
Lathoud, J. A. Estudos de Máteria Médica Homeopática/ J. A. Lathoud [tradução de Heloisa Helena de Macedo]/São Paulo:Editora Organon, 2001.
Alonso, Jorge. Tratado de fitofármacos e nutracêuticos/ Jorge Alonso ; [tradução Luciano Prado da Silva, Maria Edith Barbagelata et al.]. – 1.ed. – São Paulo : AC Farmacêutica, 2016.