O ácido ursólico (AU) é um triterpeno pentacíclico natural, encontrado em folhas, flores e frutos. Entre seus efeitos biológicos comprovados estão ação antiinflamatória, efeitos antioxidantes, anticarcinogênicos, atenuação da atrofia muscular e síntese muscular, ativação da termogênese e efeitos antiobesidade.

Pesquisas e estudos recentes têm apontado o AU como um poderoso aliado na luta contra a obesidade e também no ganho de massa magra, com benefícios na melhora e manutenção da função muscular.

Um estudo brasileiro¹ publicado em janeiro de 2017 no Obesity Reviews apontou que o AU possui potente ação antiinflamatória e antioxidante, favorece a termogênese e a síntese muscular.

Outro estudo², dessa vez coreano, publicado no Korean Journal of Physiology Pharmacology, estudou a ação do ácido ursólico durante quatro semanas. Os participantes, 16 homens saudáveis entre 29 e 37 anos, foram divididos em dois grupos: o primeiro recebeu 450mg de ácido ursólico por dia, e o segundo grupo recebeu placebo. Nesse período, todos os participantes praticaram um treinamento de resistência. Como resultado, os pesquisadores observaram que um treinamento de resistência combinado com a suplementação de AU reduziu a porcentagem de gordura corporal e aumentou IFG-1, irisina* e força muscular sem afetar a massa muscular. O UA tem demonstrado também aumentar a função da gordura marrom, o que leva a um gasto energético e à termogênese corporal.

*A irisina é um hormônio responsável por agir sobre as células de gordura, aumentando o gasto de energia. A produção deste hormônio pode ocorrer através de exercícios físicos, uma vez que a contração muscular promove aumento da expressão do coativador 1 alfa, do receptor ativado por proliferador de peroxissoma gama (PGC-1a). Desta forma, a irisina pode ser um importante mediador para o combate de doenças metabólicas e aumento da termogênese do tecido adiposo branco.

Como ele age: Os principais mecanismos de ação do AU são a ativação da proteína quinase (AMPK) ativada por proteína de desacoplamento (UCP1) no tecido adiposo e no músculo esquelético. Há uma maior liberação de hormônio de crescimento e fator de insulina tipo 1 (IGF-1) na corrente sanguínea, bem como aumento da proteína alvo da rapamicina (mTOR), todos fatores relacionados com uma maior síntese muscular e maior lipólise no tecido adiposo, o que parece favorecer a composição corporal.

De acordo com a Federação Mundial da Obesidade, a suplementação com ácido ursólico pode ser uma terapia adjuvante para prevenção e tratamento de conseqüências metabólicas mediadas por obesidade e mediadas por massa muscular.

Referências:
1. Katashima et al. Ursolic acid and mechanisms of actions on adipose and muscle tissue: a systematic review. Obesity Reviews 2017. doi:10.1111/obr.12523
2. Bang HS, et al. Ursolic Acid-Induced Elevation of Serum Irisin Augments Muscle Strength During Resistance Training in Men. Korean J Physiol Pharmacol, 2014. DOI: 10.4196/kjpp.2014.18.5.441